Marco Antonio Quesada Ribeiro Fortes é médico urologista, atuando como cirurgião geral, especializado em prostatectomia robótica. Sua formação passou pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e pela Universidade Federal de São Paulo, onde, com muito êxito, foi presidente da sociedade brasileira de urologia. Hoje, neste artigo, o Doutor irá nos explicar o que é escroto agudo e porque acontece.
A dor testicular pode ser considerada simples, mas com o aumento súbito do volume escrotal, acompanhado por náuseas e febre, compõem um quadro clínico conhecido como escroto agudo, que necessita de atendimento emergencial. A apresentação inicial pode vir à tona graças a outros diversos problemas, como torção testicular, orquite e epididimite.
O escroto agudo é, portanto, uma condição clínica que em um curto período de tempo compromete a bolsa testicular e/ou as estruturas do interior, como dor, edemas, vermelhidão e aumento de volume. O Mestre e Doutor em urologia Marco Antonio Quesada Ribeiro Fortes comenta que é uma das emergências urológicas mais comuns na infância e requer de atendimento emergencial para que não ocorra atrofia testicular e necrose. Entre as causas, as mais comuns são:
- Torção de testículo: É a causa mais grave do escroto agudo, pois ocorre quando o cordão espermático – estrutura que nutre o testículo – tem uma torção. Devido a torção, o fluxo nos vasos sanguíneos é rompido, causando morte das células locais. Por ser mais comuns em crianças e bebês, o problema é mais difícil de ser identificado, por isso preste muita atenção se o escroto começar a ficar vermelho, porque pode ser um grande indício de torção testicular. O diagnóstico é feito manualmente ou por exame de imagem e se não houver tratamento em até 6h, as chances de salvar a estrutura diminuem drasticamente.
- Torção de apêndice testicular: É menos comum e mais difícil de acontecer, já que acontece quando o apêndice testicular sofre uma rotação para o lado oposto, caracterizando a torção. O Doutor Marco Antonio Quesada Ribeiro Fortes diz que essa condição ocorre mais em meninos de 7 a 14 anos e a principal queixa é dor na região por mais de uma semana. O diagnóstico é similar ao outro, mas o tratamento não precisa de cirurgia, uma vez que não oferece agravamento, podendo ser feito com medicamentos e repouso.