O cinema brasileiro é, sem dúvidas, um dos mais líricos que existem, toca nosso coração, afirma o empresário Rafael Libman, apaixonado por arte e amante da sétima arte. Que Horas Ela Volta? foi lançado no ano de 2015 e tem como protagonista Regina Casé, interpretando Val, empregada doméstica de uma família rica.
Val trabalha há anos para essa família e tudo parece estar nos “conformes”. Ela mora na casa da família e sempre ouve que ela é -praticamente- da família, dormindo no minúsculo e mal ventilado quartinho de empregada, pra ela essa situação é normal.
A chave da narrativa vira quando sua filha Jessica vem de Pernambuco para São Paulo para prestar vestibular para uma importante faculdade, a Universidade de São Paulo, no curso de arquitetura, um dos mais concorridos. Jéssica se comporta negando qualquer tipo de ar de inferioridade, ela age naturalmente, ressalta Rafael Libman, o que abala as estruturas impostas por anos em Val.
Essa postura de Jessica para muitos pode ser vista como arrogante, mas, na verdade, ela só age expressando seus gostos, sua opinião, sem se sentir inferior ou achar que as pessoas por terem dinheiro são melhores e os pobres são piores, essa postura é essencial para mostrar como as estruturas implicitamente impostas movem-se.
A mãe, Bárbara, interpretada pela atriz Karine Teles, fica irritadíssima com as atitudes de Jessica, de simplesmente tomar café na mesa, usar a piscina, esse irritadiço aumenta quando Jessica passa no vestibular da faculdade e seu filho Fabinho não, ressalta Rafael Libman.
Além disso, outro ponto importante do enredo é a relação entre Val e Fabinho, a quem ele tem imenso amor e carinho. Val é sua amiga, confidente, dá carinho, o entende e tudo mais que uma relação de imenso amor possui; já com sua mãe, Bárbara, não há essa troca, o que exibe como funciona a relação desde cedo da empregada e filho, pois Val estava presente, é como uma mãe para ele.