O ChatGPT disse:
O lançamento do Exame Nacional de Avaliação da Formação Médica (Enamed) gerou críticas, especialmente em relação à sua eficácia em avaliar a qualidade dos cursos de medicina. O Conselho Federal de Medicina (CFM) considera que a prova, apesar de importante, não é suficiente para garantir a formação de médicos qualificados, sugerindo que uma avaliação de proficiência, como a realizada pela OAB, seria mais eficaz. A crítica se intensifica pelo fato de que o desempenho no exame não interferirá diretamente na prática profissional, algo defendido como necessário pelo CFM.
A rápida expansão do número de faculdades de medicina no Brasil, que mais do que dobrou em 13 anos, levanta preocupações sobre a qualidade do ensino. De acordo com a última avaliação do Ministério da Educação (MEC), 20% das faculdades não obtiveram notas satisfatórias. Isso acentua a necessidade de uma avaliação mais robusta e contínua da formação médica no país, para garantir que médicos estejam preparados para atender à população com excelência e segurança.
Embora a introdução do Enamed seja um passo positivo, a medida ainda enfrenta resistência de entidades como a Associação Nacional dos Médicos, que defende uma prova mais abrangente para o exercício da profissão. Para esses profissionais, a prova proposta não avalia suficientemente o conhecimento prático e as habilidades necessárias para um bom desempenho na medicina. O desafio, portanto, é encontrar um equilíbrio entre avaliação teórica e prática, que refleta as exigências do mercado de trabalho.
Outro ponto de debate é a obrigatoriedade do Enamed para quem busca uma vaga de residência médica. A medida foi planejada para ocorrer em outubro de 2025, e o desempenho no exame será um dos critérios para a seleção. Contudo, o impacto desse exame na qualidade da residência médica também é questionado, já que a avaliação não será determinante para o exercício da profissão em si. Isso levanta dúvidas sobre a real eficácia da prova na formação e na capacitação de médicos.
A discussão sobre a necessidade de uma prova de proficiência mais rigorosa, nos moldes da OAB, destaca a importância de um exame que não apenas ateste o conhecimento técnico, mas também as habilidades práticas e éticas essenciais para o exercício da medicina. A ausência de uma avaliação de competência prática em contextos reais de atendimento aos pacientes é vista como uma lacuna que precisa ser preenchida para garantir a formação de médicos completos.
Com o crescimento do número de faculdades de medicina no Brasil, é imprescindível que as instituições de ensino se adaptem a um sistema de avaliação que vá além da teoria. O mercado de trabalho da saúde exige profissionais que, além de conhecimento técnico, saibam lidar com situações complexas e em constante mudança. A adaptação do ensino médico a essas necessidades é fundamental para a melhoria da qualidade dos serviços de saúde no país.
O CFM e outras entidades médicas têm pressionado por mudanças no formato do exame para garantir que ele seja mais alinhado com as necessidades práticas da profissão. Acredita-se que um exame mais focado nas competências clínicas e éticas ajudaria a selecionar melhores profissionais para atender às demandas da população. Além disso, a criação de uma avaliação prática contínua poderia ser uma solução para garantir que os médicos se mantenham atualizados ao longo de sua carreira.
Portanto, embora o Enamed seja uma iniciativa importante, a crítica permanece sobre a necessidade de reformular o modelo de avaliação da formação médica no Brasil. A mudança no processo de seleção e avaliação dos médicos é uma demanda urgente para que a profissão esteja mais alinhada com as necessidades dos pacientes e com a evolução da medicina. O debate está apenas começando, e espera-se que os próximos anos tragam mais esclarecimentos sobre a melhor forma de garantir a qualidade no ensino médico.
Autor: Roman Tikhonov