Conforme expõe o advogado Roberto Moreth, a tributação ambiental surge como uma ferramenta estratégica para alinhar o crescimento econômico com a preservação do meio ambiente. Ao internalizar os custos de atividades poluentes, ela incentiva práticas mais sustentáveis e promove a justiça ambiental. Inspirada em modelos internacionais, como os adotados por países da OCDE, essa abordagem visa equilibrar desenvolvimento e ecologia.
Quais são os desafios da tributação ambiental no Brasil?
No Brasil, apesar de iniciativas como o ICMS Ecológico e a CIDE-combustíveis, a tributação ambiental enfrenta desafios significativos. A estrutura regressiva do sistema tributário e a falta de uma política fiscal verde estruturada limitam seu potencial. A ausência de alíquotas progressivas e mecanismos compensatórios também dificultam a efetividade dessas medidas, tornando necessário repensar o modelo atual.
O doutor Roberto Moreth informa que países membros da OCDE, como Suécia e Alemanha, têm implementado sistemas de tributação ambiental bem-sucedidos. Esses modelos combinam alíquotas progressivas, incentivos fiscais para práticas sustentáveis e mecanismos de compensação, o que pode inspirar o Brasil, para criar um sistema mais eficiente, que promova a internalização de custos ambientais.
Como o ICMS Ecológico e a CIDE-Combustíveis funcionam no Brasil?
O ICMS Ecológico e a CIDE-Combustíveis são exemplos de iniciativas brasileiras que buscam aliar tributação e sustentabilidade. O ICMS Ecológico redistribui recursos para municípios que preservam áreas ambientais, enquanto a CIDE-Combustíveis tributa a comercialização de combustíveis fósseis. No entanto, essas medidas ainda são insuficientes para enfrentar os desafios ambientais do país, necessitando de aprimoramentos e maior integração com outras políticas públicas.

O princípio do poluidor-pagador é fundamental para a efetividade da tributação ambiental, explica o advogado Roberto Moreth. Ele estabelece que os agentes responsáveis por danos ambientais devem arcar com os custos de reparação ou mitigação. No Brasil, a aplicação desse princípio ainda é limitada, mas sua ampliação pode fortalecer a justiça ambiental e incentivar práticas mais responsáveis por parte das empresas e indivíduos.
Quais reformas são necessárias para fortalecer a tributação ambiental no Brasil?
De acordo com Roberto Moreth, para tornar a tributação ambiental mais inclusiva e eficaz, são necessárias reformas que articulem incentivos econômicos e regulamentos ambientais. Entre as principais medidas estão:
- Adoção de alíquotas progressivas para atividades poluentes.
- Criação de mecanismos compensatórios para projetos sustentáveis.
- Ampliação da conscientização pública sobre os impactos ambientais.
- Integração de políticas fiscais verdes com outras iniciativas de desenvolvimento sustentável.
Portanto, a conscientização pública é um pilar essencial para o sucesso da tributação ambiental, campanhas educativas e transparência na aplicação dos recursos arrecadados podem aumentar o engajamento da sociedade. Além disso, a participação cidadã na formulação de políticas públicas ambientais fortalece a legitimidade e a efetividade dessas medidas.
Para o Dr. Robert Moreth, as perspectivas para a tributação ambiental no Brasil dependem da criação de um sistema tributário mais justo e eficiente, aliado à ampliação do princípio do poluidor-pagador, pode promover um desenvolvimento sustentável de longo prazo. Com isso, o país terá a oportunidade de se alinhar às melhores práticas internacionais e garantir um futuro mais verde e equilibrado.