Uma pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira de Psiquiatria (SBP) e pela Associação Brasileira de Medicina (ABM) revelou que as doenças mentais são mais frequentes entre as médicas do que entre os médicos. A pesquisa, que envolveu mais de 1.500 profissionais de saúde, apontou que 64% das mulheres e 45% dos homens apresentaram sintomas de transtornos mentais.
De acordo com a pesquisa, as principais razões para essas doenças incluem o estresse no trabalho, a falta de reconhecimento e a sobrecarga. Além disso, a desumanização do paciente e a pressão para atingir metas também foram citadas como fatores contribuintes.
A presidente da SBP, Dra. Maria Inês Rodrigues, destacou que a sobrecarga de trabalho e a falta de apoio institucional são fatores que contribuem para o aumento das doenças mentais entre os profissionais de saúde. Ela também ressaltou a importância de se falar sobre o assunto para quebrar o tabu e promover a busca por ajuda.
A pesquisa também mostrou que as médicas são mais propensas a desenvolver depressão e ansiedade do que os médicos. Isso pode ser atribuído ao fato de que as mulheres enfrentam mais desafios no ambiente de trabalho, como a discriminação e a falta de oportunidades.
Outro fator que contribui para a maior frequência de doenças mentais em médicas é a dupla jornada de trabalho, pois muitas delas também têm responsabilidades domésticas. Isso pode levar a um maior estresse e a uma menor qualidade de vida.
A SBP e a ABM também destacaram a importância de se criar políticas de saúde mental nos hospitais e clínicas para apoiar os profissionais de saúde. Isso inclui a oferta de serviços de apoio psicológico e a criação de ambientes de trabalho mais saudáveis.
A pesquisa também apontou que a falta de reconhecimento e a desvalorização do trabalho dos profissionais de saúde contribuem para o aumento das doenças mentais. Isso pode levar a uma perda de motivação e a uma menor satisfação no trabalho.
Em resumo, a pesquisa destaca a necessidade de se discutir abertamente sobre a saúde mental dos profissionais de saúde e de se criar políticas e programas para apoiá-los. Além disso, é fundamental promover a igualdade de gênero no ambiente de trabalho e reconhecer o valor do trabalho dos profissionais de saúde.